No dia 8 de junho celebramos o Dia Mundial dos Oceanos, e o Santos Lixo Zero esteve presente no encontro promovido pela Prefeitura de Santos.
O objetivo desta data é relembrar a importância dos oceanos para o equilíbrio da vida no planeta Terra, e, para isso, são realizadas várias atividades de conscientização civil sobre os perigos enfrentados atualmente pelos oceanos. Esta data foi criada durante a Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que ocorreu no Rio de Janeiro. Embora a data seja celebrada desde 1992, a Organização das Nações Unidas (ONU) apenas oficializou a comemoração em 2008.
Os oceanos constituem dois terços da superfície terrestre e são o principal regulador térmico do planeta. Hoje, o grande desafio é minimizar o impacto que as atividades humanas estão provocando nos oceanos. Portanto, é fundamental conscientizar governos, populações e demais entidades para a urgência de criar medidas que protejam os oceanos.
Em 1997 o navegador e surfista norte-americano Charles Moore, por acaso navegando em direção ao Havaí, se espantou ao se deparar com uma imensa “ilha de lixo” flutuante, nomeada de “Grande Porção de lixo do Pacífico”. Objetos carregados ao redor da Terra por correntes marítimas se concentram em alguns lugares específicos, onde não há, até o momento, jurisdição de nenhum país responsável por esse território marítimo. A maior “ilha de lixo” existente se concentra entre a costa leste dos EUA e o Havaí e tem, em termos comparativos, duas vezes o tamanho do território da França, com uma profundidade em torno de 10 metros.
Sendo o plástico o maior vilão da poluição marinha, além de comprometer a fauna desse ecossistema, também absorve grande quantidade de poluentes químicos que contaminam os oceanos, em razão de muitos países não possuírem um sistema adequado de saneamento básico. Além de diversas comunidades ribeirinhas ao redor do mundo que despejam em redes fluviais, materiais de alto poder poluente, como fármacos, pilhas, resíduos de drogas, eletrônicos etc., a poluição química é despejada por indústrias diretamente nos rios e córregos que chegam até o mar sem nenhum tratamento.
Esse ciclo nocivo afeta toda cadeia alimentar, chegando até o ser humano (consumidor de alimentos marinhos) e que se encontra no topo dessa cadeia.
O aquecimento global e outras mudanças climáticas afetam os oceanos e a vida marinha, assim como ocorre em terra firme. As mudanças nos oceanos, principais controladores do clima planetário, têm impacto global desastrosos.
O pH (medida de alcalinidade) dos oceanos, por exemplo, está mudando em razão do acúmulo de gás carbônico absorvido da atmosfera. Isso afeta os recifes de corais, que se tornam esbranquiçados, prejudicando sua função de servir como berçário para várias formas de micro-organismos ou fitoplanctons, considerados a forma de evolução mais primária do globo terrestre. A vegetação marinha também é afetada, pois dependente desses recifes de corais e passa, assim, a liberar menos oxigênio.
Além dos resíduos descartados nos oceanos por embarcações, frequentadores de praias e costões rochosos, uma grande parte da poluição vem de ocupações irregulares (moradias) em áreas de preservação permanente, sem saneamento básico e coleta de lixo, degradando o ecossistema dos manguezais.
Por fim, precisamos conscientizar a todos, sobre essa grande tragédia que está ocorrendo, com campanhas maçantes, ações, debates e principalmente políticas públicas de preservação dos oceanos.
Referências:
“A Terra é Azul “(Por que o destino dos oceanos e o nosso é um só) Sylvia A. Earle – SESI-SP. 2017.
“O mar que nos cerca.” Rachel l. Carson – Cia ed. Nacional-SP- 2002.
Társio Vinicius Monteiro