No dia 24 de abril de 2013 ocorreu um grande desabamento no complexo de fábricas têxteis Rana Plaza, em Bangladesh, matando mais de mil pessoas e deixando mais de 2,5 mil feridos. Em meio aos destroços, foram identificadas etiquetas de roupas de grandes marcas globais de Fast Fashion, cujos trabalhadores operavam e produziam em situação análoga à escravidão.
A partir disso, surgiu, em Londres, o movimento Fashion Revolutioncom o lema #quemfezminhasroupas, com intuito de questionar marcas da indústria da moda sobre as condições nas quais suas roupas são produzidas e os impactos que sua produção causa ao meio ambiente e à sociedade. A campanha se espalhou pelo mundo e, pelo quinto ano consecutivo, acontece a Fashion Revolution Week, em mais de 100 países e com inúmeras atividades voluntárias para despertar o pensamento crítico de consumidores sobre a moda.
Para ajudar na nossa reflexão sobre este tema, cito alguns dados importantes:
- o equivalente a um caminhão de lixo têxtil é desperdiçado por segundo no mundo;
- o consumo de roupas gera 1,5 toneladas de CO2 por casa anualmente, o que equivale à poluição de 6 mil carros;
- a produção global de têxteis emite 1,2 bilhão de toneladas de gases de efeito estufa anualmente, mais do que os vôos internacionais e os transportes marítimos juntos;
- produzimos 53 milhões de toneladas de fibras para a fabricação de roupas e têxteis por ano, para jogar fora ou queimar 73% dessas fibras;
- aproximadamente 2.720 litros de água são necessários para a produção de uma camiseta de algodão.
A lista de informações preocupantes sobre a produção de roupas é grande, e o desafio para reverter os impactos negativos que essa indústria tem acarretado em nosso planeta é maior ainda.
Você pode pensar que moda é só para quem tem muito estilo, ou alguma futilidade, ou até mesmo “papo de mulherzinha”. Mas, essas ideias já estão extremamente ultrapassadas e é urgente assumir a sua responsabilidade sobre esse assunto. Sabe por quê? Primeiro, porque todxs nós consumimos moda, sejamos amantes dela ou não; e segundo, porque o consumo de moda é um ato político e, portanto, fala muito sobre nossas convicções, sobre o que queremos e como desejamos contribuir com a sociedade em seus diversos aspectos — social, ambiental, político, econômico, cultural etc.
Por isso, comece a refletir sobre como tem sido sua relação com esse assunto e desenvolva seus próprios critérios de consumo. Busque consumir com mais consciência, seja críticx, investigue quais os impactos que determinado produto acarreta. Busque novas alternativas de consumo. Será mesmo que é necessário comprar mais roupas? Se sim, a marca que você gosta respeita seus trabalhadores e a natureza? Que tal adquirir novas peças a partir de outras práticas, como clubes de trocas, transformações ou bechós? E o que você faz quando sua roupa não te serve mais?
Essas são apenas algumas perguntas que podem nos ajudar a tomar cada vez mais consciência sobre nosso consumo na moda, que pode e deve se estender a outros produtos no nosso dia a dia.
Então, aproveite esse movimento, poste uma foto com sua roupa preferida mostrando a etiqueta, use as hashtag #quemfezminhasroupas e #fashrev, além de taggear a marca nas redes sociais.
Vamos pressionar e usar do nosso direito de consumidor, cidadão e ser humano. Nós somos o Fashion Revolution, então que comecemos essa revolução!
#fashionrevolution #fashionrevolutionbrasil #fashrevbra #lixozero #zerowaste #santoslixozero #013 #modasustentável #ecofashion #slowfashion #consumoconsciente #consumocrítico #whomademyclothes
Autora: Mariane Costa
Fontes: Modefica, Fashion Revolution Brazil e Sebrae.